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Então, num belo dia de 1982, emigrei para Porto Alegre. Na primeira imagem você pode ver este caricaturista a caminho da capital gaúcha. Na segunda foto estou fazendo caricaturas no shopping Iguatemi de Porto Alegre, que tinha inaugurado nesse mesmo ano. A terceira foto também é o shopping Iguatemi, mas no ano 1986. Na parte inferior, à esquerda, estamos caricaturando vítimas no Brique da Redenção, num belo domingo de sol do ano 1987. Já nessa época meu trabalho juntava muitas pessoas em volta, afinal eu era o único caricaturista da cidade. Só apareceriam alguns "imitadores de meu estilo" nos anos 90. Na foto central estamos no Iguatemi de 1989, no meio desse público fantástico que tantas alegrias me deu nesses anos todos. A última imagem é do Brique, no ano 1990. Lembro que alguém me deu o apelido de "Ímã de gente", por causa do numeroso público que sempre acompanhava meu trabalho, se divertindo com as caricaturas em cada evento.

Quando acabou a EXPOINTER, eu tinha faturado em uma única semana o mesmo que a agência pagaria em seis meses. Não pensei duas vezes, larguei o emprego para trabalhar como freelancer. Jamais tive outro emprego na vida, tinha nascido um caricaturista, o primeiro de Porto Alegre.

Na cidade  em 1983 todos os artistas de rua imitavam um grande retratista, o Professor Brilhante. Todos faziam retratos em lápis, muito bonitos mas que demoravam até uma hora para ficar prontos, e o público não queria pagar o valor que merecia esse retrato. Por isso os artistas não ganhavam bem, mas ninguém pensava em mudar de estilo. Quando eu mencionei que pretendia fazer caricaturas en locais públicos, um deles riu da minha cara dizendo -Isso é coisa de castelhanos, ninguém vai sentar na tua frente para que deboches da cara dele!        - Esse cara estava muito errado, como ficaria comprovado a seguir. Meu primeiro trabalho como profissional autônomo foi na Multifeira em Esteio, onde o público fazia enormes filas para ser caricaturado. Isso chamou a atenção da Enciclopédia Britannica, que tinha um estande na frente de onde eu estava desenhando, eles me convidaram pra ficar no estande da Britannica na Feira do Livro de Porto Alegre. Até o momento eu só tinha trabalhado em feiras do parque de Esteio, seria a primeira vez em Porto Alegre. O sucesso foi tanto que eu não tinha tempo nem de ir no banheiro durante o dia todo, foram muitas caricaturas durante a Feira do Livro de 1983. O passo seguinte foi também a convite da Britannica, eles teriam um quiosque no recém inaugurado shopping Iguatemi, durante todo dezembro, eu ficaria atraindo público com as caricaturas. O sucesso se repete e a administração do shopping me oferece um espaço para ficar de forma permanente depois de acabar a exposição da Britannica, em janeiro. Foi assim que eu entrei no shopping Iguatemi, que era na época o único shopping do Brasil ao sul de Curitiba. Iguatemi foi fundamental para este caricaturista, fiquei conhecido no Rio Grande do Sul, e começaram a me contratar para eventos e trabalhos particulares. trabalhei como artista do Iguatemi durante muitos anos, até a época do governo Collor, início dos anos 90, quando detonaram a economia confiscando a poupança do povo brasileiro. Então vieram o shopping Praia de Belas, o Moinhos Shopping, o Sheraton, etc, etc.                                      

O ÍMÃ DE GENTE para EVENTOS 

 O INÍCIO         
DE UM CARICATURISTA

Na verdade comecei a fazer caricaturas em eventos na EXPOINTER do ano 1982. Eu trabalhava na agência AB CENTER em Porto Alegre, e como ganhava pouco queria largar o emprego e me mandar para novos horizontes. O dono da agência precisava de meus desenhos, mas não queria pagar o que eu pedia. Para ganhar tempo e esfriar a cabeça, ele me mandou para o estande de seu melhor cliente na Expointer, a Trilhoteiro, eram uma espécie de férias, para poder pensar. Lá estava eu, sem nada pra fazer no estande, quando aparece um peão bêbado que quase caiu no fogo de chão. Eu fiz uma caricatura dele a lápis, só pra brincar. Foi uma sensação, no dia seguinte o chefe da Trilhoteiro levou mesa, folhas, e cadeiras e me deu espaço para fazer caricaturas das pessoas no estande. Nas primeiras eu tinha medo da reação das pessoas, e demorava 15 minutos em acabar o desenho.

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